Rio Bom - O que pensam os moradores de uma cidade que pode acabar com proposta do governo Federal

A proposta do governo federal de extinguir municípios com menos de 5 mil habitantes com grande dependência dos repasses federais não agradou os moradores de Rio Bom, cidade de 3.329 habitantes, no norte paranaense. "Seria um retrocesso, é como voltar ao século passado", disse um morador, na praça central da cidade. 

Acha que a cidade será rebaixada e ficará dependente de outro município. "Será vergonhoso para Rio Bom, é como um rebaixamento para a segunda divisão."  E outros moradores defende a medida. "Acaba com a farra dos cargos políticos. Se a outra cidade der conta, não vejo mal."

Já os agricultores do município de Rio Bom, também têm opiniões conflitantes. Eles discutiam a proposta  em um banco da praça. "Precisa voltar a distrito, sim, para reduzir as mordomias e o gasto de dinheiro público", defendeu um agricultor. "Está bom como está. Quando Rio Bom era distrito de Marilândia do Sul, isso aqui era um lugar esquecido. Veja como está hoje, uma cidade com bom comércio, bom atendimento na saúde, asfalto nas ruas. Antes, era só terra vermelha."

A prefeitura, maior empregadora da cidade, com mais de 200 funcionários, usa esse argumento para defender a permanência de Rio Bom como município. "Rio Bom se emancipou em 1968 e, nesses 57 anos, a mudança é inegável. A cidade melhorou muito, apesar da queda da população.

Município, agrícola e sem indústrias, depende dos repasses estaduais e federais, e também dos empregos gerados pelos serviços públicos. 

"Nossa receita própria, com IPTU, ISS e taxas, mal atinge abaixo dos 10% do orçamento. Metade de tudo o que arrecadamos vem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Outra parcela significativa é a cota do ICMS".

Os moradores locais continuam dependendo de Apucarana, cidade mais próxima, onde ficam hospitais, bancos, Industrias e as faculdades. Os estudantes de Rio Bom são obrigados a viajar para fazer curso superior. A cidade tem apenas uma agência bancária.