Paraná tem 60 hospitais destinados a atender casos de coronavírus

Quatro dos 34 brasileiros em quarentena são do estado, diz Secretaria de Saúde

Trinta e quatro brasileiros que estavam em Wuhan, epicentro da epidemia do novo coronavírus na China, chegaram a Anápolis (GO) na manhã de domingo (9) e já começaram a cumprir os 18 dias de quarentena dentro da base aérea. Quatro dos 34 brasileiros são paranaenses, conforme afirmou à reportagem o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, na tarde desta segunda-feira (10). No entanto, com exceção da modelo Adrielly Eger, nascida em Foz do Iguaçu, até a publicação da reportagem não havia informações sobre as cidades dos demais paranaenses.  

O Paraná chegou a ter dois casos suspeitos monitorados pelo Ministério da Saúde. Ambos eram em Curitiba e foram descartados no final de janeiro. Ainda nesta segunda-feira, a Sesa (Secretaria da Saúde do Paraná) informou em nota que recebeu uma notificação sobre o terceiro caso suspeito no Paraná. De acordo com a nota, trata-se de um menino de 7 anos, morador de Ponta Grossa (Campos Gerais), que esteve no sul da China, em Taishan, no final de janeiro. "O menino retornou ao Brasil no dia 30 de janeiro, passou por atendimento hospitalar no dia 6 de fevereiro sendo diagnosticado com sintomas de quadro respiratório leve. As medidas preventivas e de bloqueio foram adotadas pelo município. Enquanto se aguarda análise das amostras, o paciente passa por acompanhamento em domicílio." Beto Preto reforça que a Saúde está em alerta e está adotando as medidas preventivas. 

Para o secretário, os casos suspeitos serviram para a Saúde pudesse terminar de entabular o plano de combate ao novo coronavírus. "Nós estamos alinhados com as orientações do Ministério da Saúde, OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Além de estarmos acompanhando o comportamento do coronavírus e tudo que vem a partir disso, pois lá é inverno, mas não sabemos como o vírus se comportará no verão brasileiro, por exemplo", esclareceu. "Temos que nos preparar em relação ao nosso inverno, que começa dentro de 90 a 120 dias", acrescentou. 

Segundo ele, o Plano de Contingência apresentado pelo Ministério da Saúde prevê as primeiras linhas de ação já repassadas às unidades de pronto atendimento, equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e hospitais que estão na retaguarda, caso seja necessário que pacientes fiquem isolados em aéreas para internação, por exemplo. "São 60 hospitais pactuados na rede de urgência e emergência prontos para atender pacientes. Temos os prioritários, como o Hospital do Trabalhador, em Curitiba; o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá; Hospital e Maternidade São José dos Pinhais; Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu, e também os macrorregionais: HU (Hospital Universitário) de Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel. Todos como apoio caso seja necessário. Estamos prontos e capacitados", apresentou Beto Preto. 

Além das preparações dos hospitais e unidades de pronto atendimento, o secretário estadual da Saúde adianta que os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) também já foram entregues às equipes de saúde e reforça a importância da população manter as orientações relacionadas às doenças por infecções das vias respiratórias. "É importante não participar de grandes reuniões em lugares fechados, lavar sempre as mãos, usar álcool gel quando não houver possibilidade de lavar as mãos, manter as janelas abertas para o ar estar sempre renovado nos ambientes, não utilizar utensílios pessoais, como toalhas, maquiagens, talheres, entre outros. A Saúde também orienta usar o antebraço como anteparo ao espirrar e utilizar lenços descartáveis", ressaltou. 

De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais e os sintomas do coronavírus são muito parecidos aos da gripe comum e resfriados. No entanto, Beto Preto reforça que é preciso saber se a pessoa esteve na China nos últimos 15 a 20 dias e passar por avaliação médica. Os sintomas são: febre, tosse e dificuldade para respirar. Além disso, também podem causar infecção no trato respiratório, como as pneumonias. "Estamos tentando marcar uma reunião em Curitiba com Wanderson Kleber, o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, para que possamos fazer um check list de todos os assuntos relacionados ao novo coronavírus e demais doenças", adiantou.