ATAQUE DE ABELHAS
Fazer fumaça ou jogar água não funciona para espantar as abelhas

O secretário municipal do Meio Ambiente de Arapongas, Luiz Gonzaga, disse que desconhecia a existência de uma colmeia na Opaa (Organização de Proteção aos Animais de Arapongas), que funciona em um canil da prefeitura cedido à ONG. Mas, segundo o secretário, a existência de colmeias na área urbana tem sido "problemática" no município, que firmou uma parceria com quatro apicultores de Arapongas para a remoção dos insetos já que uma resolução interna do Corpo de Bombeiros impede a corporação de atuar preventivamente nesses casos.
A parceria com os apicultores funciona há dois anos. Moradores, prestadores de serviço ou funcionários da prefeitura que identificam colmeias em algum local, público ou privado, informam a secretaria municipal do Meio Ambiente e apicultores são enviados para fazer a remoção. Os custos ficam a cargo do município, que investe cerca de R$ 7 mil ao ano para a manutenção do serviço. "Foram esses apicultores que atuaram na ONG na sexta-feira. Ele agiram rápido e por isso não virou uma tragédia ainda maior. As abelhas estavam em um tronco apodrecido, rente ao solo, que fica afastado do canil. As abelhas estavam lá, tranquilas, mas com a temperatura elevada, alguma coisa aconteceu que provocou o enxame", disse Gonzaga. "Sabemos da gravidade dos acidentes e dos danos que podem provocar, inclusive óbitos. Por isso temos essa parceria."
Após o ataque na ONG, o secretário disse que o local será monitorado até esta quarta-feira (9) e que as árvores em risco serão cortadas.
Proprietário de um apiário em Londrina e especialista no trabalho de remoção de colmeias que colocam em risco a vida da população, Cleber Henrique de Oliveira diz que as abelhas não atacam, elas apenas se defendem. O problema é que os insetos podem se sentir ameaçados por qualquer movimento brusco, cheiro ou barulho diferente.
ZIGUE-ZAGUE
No caso de um ataque, o apicultor orienta a vítima a correr abaixada e em zigue-zague. Dessa forma é mais fácil se desvencilhar das abelhas. Mas para prevenir acidentes, ao identificar uma colônia em casa, o morador deve procurar um apicultor o mais rápido possível e solicitar a remoção. Quanto antes isso for feito, mais fácil e mais barato será o serviço. "O bombeiro só age para dar apoio à vítima quando o ataque já aconteceu. Os bombeiros não retiram o enxame."
Fazer fumaça, utilizar veneno ou jogar água não funciona para espantar as abelhas. "Pelo contrário, essas medidas vão deixar as abelhas ainda mais irritadas. Agosto, dezembro e janeiro são períodos de migração e as ocorrências de ataques aumentam. Quem não entende não deve mexer de jeito nenhum", alertou Oliveira.
Uma colmeia, explicou o apicultor, chega a ter 150 mil abelhas. No período de migração, 30% da população de insetos deixam a colmeia para formar um novo ninho. É nessa fase que podem acontecer os ataques. As abelhas são da espécie europeia africanizada. "Na época de migração, tem enxame fixo e passageiro, que permanece no local por, no máximo, uma semana. É possível remover os dois", disse o apicultor. O trabalho de remoção custa entre R$ 150 e R$ 1 mil, dependendo do tamanho da colmeia e da complexidade da tarefa.



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