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Ataques de abelhas fazem vítimas em Arapongas e Cascavel


Meses mais quentes favorecem o ataque e população deve ficar atenta; uma colmeia chega a ter 150 mil abelhas

Os meses mais quentes do ano favorecem o ataque de abelhas e a população deve ficar atenta. Nos últimos dias dois ataques foram registrados no Paraná. Na sexta-feira (4), um enxame atacou animais e voluntários de uma ONG protetora de animais em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina) e, no sábado (5), uma mulher foi vítima dos insetos em Cascavel (Oeste). Ela levou mais de mil picadas e está internada em estado grave no HU (Hospital Universitário). 

Na Opaa (Organização de Proteção aos Animais de Arapongas), duas funcionárias foram atacadas pelas abelhas e, na tentativa desesperada de se livrar dos insetos, jogaram gasolina sobre os próprios corpos. Além das picadas, o contato do líquido com a pele causou queimaduras e elas foram encaminhadas ao hospital, onde permaneceram internadas por cinco horas. Receberam alta, se recuperam em casa, mas ainda estão afastadas do trabalho. 

Além das duas funcionárias da ONG, as abelhas também atacaram os animais abrigados. Oito cachorros morreram, três estão internados, dois em estado grave, e há outros dois animais que não precisaram ser hospitalizados, mas estão sendo medicados. 

Uma das funcionárias, Fabiana Vieira relatou os momentos de desespero que vivenciou. Por volta das 14h30, logo após uma forte chuva, ela havia acabado de lavar as baias onde ficam os animais resgatados pela ONG e tinha ido buscar ração para alimentar os cachorros. "Foi quando eu vi as abelhas vindo. Elas vieram direto na minha cabeça e na cabeça da minha colega. A gente não sabia o que fazer, espantava, mas elas não saíam. Tiramos a roupa, jogamos água com a mangueira, mas não resolveu. Então pegamos dois litros de gasolina que tinha lá, jogamos na gente e saímos correndo. Foi o que ajudou um pouco." 

Vieira e a colega estavam sozinhas na ONG e pediram ajuda em uma empresa próxima. Os funcionários acionaram os socorristas do Samu. "A gente não estava aguentando mais. A gasolina queimava demais. Eu levei 70 picadas. As picadas viraram bolhas e, no sábado, quando acordei, estava com a garganta trancando. Fui ao médico e ele disse que era reação das picadas de abelha. Tomei antialérgico e estou melhor, mas foi horrível o que passamos." 

A Opaa fica atrás da usina de reciclagem do município e, segundo a presidente da entidade, Meiry Farias, em 2018, nessa mesma época, abelhas já haviam atacado a usina. "Nós não sabíamos que tinha essa colmeia aqui, mas um dos cinco apicultores que vieram após o ataque disse que já sabia porque foi acionado no ano passado, mas a prefeitura não quis retirar as abelhas", afirmou. 

As abelhas fizeram o ninho no troco oco de um eucalipto. Farias disse que a colmeia tinha um metro de profundidade, mas não foi retirada porque após o ataque foram para cima da árvore e os apicultores garantiram que não há risco de uma nova ocorrência. "Mas a situação é desesperadora", comentou a presidente da ONG. 

MAIS DE MIL PICADAS 

Em Cascavel, uma mulher de 55 anos foi atacada por um enxame no último sábado e, segundo o Corpo de Bombeiros, que prestou atendimento, ela levou mais de mil picadas. A colmeia estava escondida entre restos de madeira armazenados no quintal e as abelhas atacaram quando a vítima removeu as madeiras para fazer uma limpeza. 

A mulher, que tem dificuldades de locomoção e utiliza muletas, não conseguiu fugir do ataque. Os vizinhos a encontraram com o corpo coberto pelos insetos, tentando se abanar. O socorro foi chamado e ela foi encaminhada pelo Corpo de Bombeiros até a Unidade de Pronto-Atendimento Brasília, onde recebeu os primeiros atendimentos antes de ser transferida para o HU. Segundo informações repassadas pela assessoria de imprensa do hospital, nesta segunda-feira (7) a vítima permanecia em estado grave, respirando por ventilação mecânica e recebendo acompanhamento intensivo da equipe de enfermagem.

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