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FAO ALERTA SOBRE PRAGA GAFANHOTOS DO DESERTO NO NORDESTE DA ÁFRICA E ARÁBIA SAUDITA E PODE SE ESPALHAR PELO MUNDO

Surto teria sido provocado por chuvas fortes; pequeno enxame de gafanhotos chega a consumir quantidade de alimentos suficiente para alimentar 35 mil pessoas no mesmo período.
Foto: FAO/Carl de Souza



A espécie dos gafanhotos do deserto tem chifres curtos que podem formar grandes enxames e ameaçar as produções agrícolas.

Os gafanhotos do deserto formam a peste migratória mais perigosa do mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO, com o vento, o inseto é capaz de voar até 150 quilômetros em um dia.
A agência da ONU informou que chuvas fortes e ciclones que aconteceram recentemente fizeram aparecer este tipo de gafanhoto, provocando o desenvolvimento de um surto no Sudão e na Eritréia. A praga estaria se espalhando rapidamente por ambos os lados do Mar Vermelho para a Arábia Saudita e o Egito.
Foto: FAO/G.Tortoli
As fêmeas dos gafanhotos do deserto podem colocar até 300 ovos durante a vida. 
Infestação
A FAO pediu a todos os países afetados que aumentem a vigilância e estratégias de controle para conter a infestação destrutiva e proteger as plantações da peste.
Boas quantidades de chuva ao longo das planícies costeiras do Mar Vermelho na Eritréia e no Sudão teriam permitido a procriação de duas gerações de gafanhotos desde outubro, levando a um aumento substancial e à formação de enxames.
Mar Vermelho
No meio de janeiro deste ano, pelo menos um enxame teria cruzado o Mar Vermelho para a costa norte da Arábia Saudita. Uma semana após este movimento ocorreram outras migrações. 
No final do mês grupos de insetos adultos e alguns enxames também teriam se movido para o norte ao longo da costa, para o sudeste do Egito. Alguns deles já teriam chegado aos Emirados Árabes Unidos e ao sul do Irã, com um risco potencial de se espalhar ainda mais em direção à fronteira da Índia com o Paquistão.
Pulverização
Operações de pulverização aérea foram realizadas no Sudão e na Arábia Saudita. Estas foram suplementadas por medidas de controle em terra em ambos os países, assim como na Eritreia e no Egito, com um tratamento de mais de 80 mil hectares desde dezembro.
De acordo com o responsável sênior da FAO sobre a previsão de gafanhotos, Keith Cressman, “os próximos três meses serão críticos controlar a situação dos gafanhotos, antes do início da procriação do verão.”

Controle

Até 21 fevereiro, a FAO realiza uma reunião de cinco dias com os países afetados para revisar a situação atual. O objetivo é intensificar as inspeções e operações de controle. 
De acordo com a agência da ONU, a procriação continuará em fevereiro na costa do Mar Vermelho no Sudão e na Eritréia, provocando um aumento ainda maior nos grupos e enxames de insetos adultos. 

Segurança Alimentar

A espécie dos gafanhotos do deserto tem chifres curtos que podem formar grandes enxames e ameaçar as produções agrícolas, a subsistência, a segurança alimentar e o desenvolvimento ambiental e econômico.
As fêmeas podem colocar até 300 ovos durante a vida. Um enxame pequeno chega a consumir a mesma quantidade diária de alimentos suficiente para 35 mil pessoas no mesmo período.
A FAO destaca o impacto arrasador que os gafanhotos podem ter nas plantações e que estes são uma ameaça para a segurança alimentar, principalmente em áreas que já são vulneráveis.
FAO usa helicópteros e carros para fiscalizar as operações de monitoramento e controle da praga de gafanhotos em Madagascar. Foto: FAO/Annie Monard
Praga de gafanhotos em Madagascar pode deixar 13 milhões de pessoas com fome
 Nesta semana, as Nações Unidas e o governo de Madagascar lançaram uma campanha de controle de gafanhotos para o tratamento de mais de 2 milhões de hectares de áreas infestadas, em uma tentativa de evitar uma crise alimentar que pode afetar cerca de 13 milhões de pessoas no país.

 Dos 13 milhões de pessoas em situação de risco, 9 milhões são diretamente dependentes da agricultura para obter alimentos e renda – disse o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Madagascar, Patrice Talla.
As operações para identificar e mapear as áreas que necessitam de tratamento por pesticidas devem ter início nesta semana, disse a FAO em um comunicado à imprensa. Entretanto, levantamentos de campo realizados em uma base mensal desde fevereiro continuam.
A aquisição de pesticidas, veículos e equipamentos para operações de levantamento e de controle também está em andamento. Operações de pulverização estão previstas para começar no final de outubro, após o início da estação chuvosa.
A praga de gafanhotos em Madagascar começou em abril de 2012, prejudicando grandes áreas de terras de cultivo e pastagens. Embora os gafanhotos tenham atingido principalmente o sul do país, no final de 2013 e início de 2014 alguns insetos são esperados para chegar às regiões mais produtivas do norte.
Uma missão de avaliação realizada pela FAO no início deste ano constatou que as perdas de arroz e milho em decorrência da ação de gafanhotos em algumas partes do país variam de 40 a 70% da safra, com 100% de perdas em certas parcelas.
A agência estima que as perdas na produção de arroz pode ser de até 630 mil toneladas, ou cerca de 25% do total da demanda para o arroz em Madagascar. O arroz é o principal alimento do país, onde 80% da população vive com menos de um dólar por dia
Esta é a primeira das três campanhas de controle de gafanhotos sucessivas que acontecerão entre setembro de 2013 e setembro 2016, como indicado em um programa de três anos, elaborado conjuntamente pela FAO e pelo ministério da Agricultura de Madagascar.
Até agora, a FAO conseguiu obter 23 milhões de dólares para o programa, que custará 41,5 milhões de dólares ao longo de três anos. As negociações para novos financiamentos estão em um estágio avançado, embora milhões de dólares ainda sejam necessários para completar o programa completo.











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