Florestópolis - Esposa de homem que morreu por dengue faz desabafo e alerta população
A mulher que foi companheira de Moacir Fioreze, que morreu aos 72 anos por dengue em Florestópolis, conversou com a reportagem da Paiquerê 91,7, fez um relato emocionado sobre o marido e um alerta para a população. Ana Ortega Dias Fioreze, de 72 anos, foi casada com o homem e também contraiu a doença. Além do casal, o neto de apenas 10 anos, que tem síndrome de Down, foi diagnosticado com dengue. A criança já passou pelo médico e está recebendo tratamento. Moacir morreu no dia 23 de dezembro no Hospital Evangélico de Londrina e o exame com a confirmação da causa foi divulgado na última segunda-feira (28).
A idosa começou sentir os sintomas poucos dias depois do sepultamento dele. “Fiquei muito ruim, achei que fosse morrer também. Tive queda de pressão brusca, coceira, atacou meu fígado, febre exaustiva por seis dias, mais ou menos, é uma coisa terrível. Não conseguia comer e beber, foi muita dor nos ossos e meu cabelo caiu bastante”, relatou. A filha contou que o caso foi tratado como grave, já que Ana tem hipertensão e problemas no coração. Os médicos suspenderam os medicamentos de uso contínuo, o que ajudou na recuperação. Porém, no caso de Moacir, houve uma demora para descobrir que ele estaria com dengue.
Ana explicou que ele tinha passado por uma cirurgia de hérnia na coluna há seis meses e os primeiros sintomas foram dores no quadril. “A dor era um pouco semelhante com o pós-cirúrgico, não suspeitamos que fosse dengue. Levamos ao hospital e foi encaminhado para fazer uma tomografia na Santa Casa de Cambé”, disse. O exame não apresentou nenhum problema significativo, mas o médico sugeriu uma consulta com o ortopedista. Moacir foi levado ao especialista em Londrina, sempre de ambulância com dificuldade de andar e medicado. A família acredita que a medicação fez com que a febre demorasse para se manifestar no corpo do homem.
Após o quadro febril, ele foi internado e um exame apresentou água no pulmão, sendo necessário drenagem. Neste momento foi transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) entubado e não resistiu. “Ficamos arrasados principalmente por correr atrás dos médicos e não descuidar. Eles tinham que ter dado uma orientação segura e descobrir logo o que era”, desabafou emocionada.
Limpeza no quintal
Mesmo com três integrantes da família com dengue, o quintal da residência é bem cuidado e nunca apresentou focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Ana afirma que os agentes de endemia de Florestópolis passam semanalmente no local, que fica no centro da cidade. Quando foram diagnosticados, foi realizada uma revista minuciosa na casa e nada foi encontrado. “Certamente esses mosquitos estão vindo de outros locais, nas proximidades tem quintal abandonado, casa fechada, mas não temos como dizer de onde veio. Só sei que esse infeliz mosquito pica e a gente nem vê”.
A cidade vive um cenário complicado com a doença. Com cerca de 11 mil habitantes, está no segundo ano consecutivo com epidemia, sendo que em 2019 foram 250 casos confirmados na localidade, que fica a um pouco mais de 70 quilômetros de Londrina. “Os cuidados nos quintais depende também do poder público impor. Se quem manter foco for multado, vai cuidar”, alerta Ana.




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